08/07/2025

Herpes-zóster: sintomas, riscos e como se prevenir da doença silenciosa

É importante saber o que é herpes-zóster, quais os sintomas, riscos e como a prevenção pode fazer toda a diferença na saúde, especialmente após os 50 anos.

Imagine uma dor persistente, ardente e que parece não ter fim. Essa é uma das principais queixas de quem enfrenta o herpes-zóster, também conhecido como “cobreiro”. Apesar de pouco falado, ele representa um risco real, especialmente para quem tem mais de 50 anos ou imunidade comprometida. Nesta matéria, você vai entender como essa doença age, quem está mais vulnerável e o que é possível fazer para se proteger — com informação clara e confiável.

O que é o herpes-zóster e por que ele merece atenção?

O herpes-zóster é causado pelo mesmo vírus da catapora: o varicela-zóster. Após a infecção inicial, o vírus permanece “adormecido” no corpo e pode reativar anos depois, geralmente em situações de queda da imunidade.

Dica de saúde: Se você teve catapora, está automaticamente em risco de desenvolver herpes-zóster.

Recomenda-se procurar atendimento médico ao notar dor localizada, formigamento ou erupções em faixa em apenas um lado do corpo.

 

Sintomas: por que a dor do herpes-zóster é tão marcante?

A principal característica da doença é a dor intensa, muitas vezes descrita como queimação ou choque elétrico. Outros sintomas incluem:

  • Erupções cutâneas com bolhas;
  • Febre e mal-estar;
  • Coceira e hipersensibilidade na pele;
  • Dor persistente, que pode durar meses (neuralgia pós-herpética).

Atenção: Quanto antes o diagnóstico e o tratamento começarem, menor o risco de complicações.

 

Grupos de risco: quem deve se cuidar ainda mais?

O herpes-zóster pode atingir qualquer pessoa, mas o risco aumenta significativamente em:

  • Pessoas acima de 50 anos, principalmente idosos;
  • Pessoas com doenças crônicas (como diabetes e hipertensão);
  • Indivíduos imunossuprimidos (em tratamento de câncer, HIV, uso de imunossupressores etc.).

Prevenção é essencial para manter a qualidade de vida nessa fase. Uma boa alimentação, sono em dia e acompanhamento médico são aliados poderosos.

 

É possível prevenir?

Sim! A vacinação é a principal forma de prevenção. A vacina contra o herpes-zóster está disponível em clínicas privadas e é recomendada, especialmente, para pessoas com mais de 50 anos.  É provável que até 2026 ela esteja disponível pelo SUS.

Importante: mesmo quem já teve herpes-zóster pode se beneficiar da vacinação para evitar recidivas.

 

O que fazer ao identificar os sintomas?

Procure imediatamente seu médico de confiança ou uma unidade de saúde. Quanto antes for iniciado o tratamento antiviral, melhores são as chances de reduzir a dor e evitar sequelas.

Mantenha contato com sua equipe médica e não ignore sinais persistentes de dor ou desconforto cutâneo.

 

Como é o tratamento?

O tratamento de herpes zóster inclui o uso de medicamentos antivirais e o manejo da dor.

Após o período habitual de tratamento, se ainda houver lesões que não estão na fase de crosta, o médico poderá manter o uso de antivirais. Para o manejo da neurite aguda, pode-se usar paracetamol, dipirona ou anti-inflamatórios não-esteroides.

Quando a dor é moderada ou grave, o médico pode receitar analgésicos opioides. Em casos de dores intensas, pode ser necessário o uso de morfina.

Para higienizar as lesões, recomenda-se apenas o uso de água e sabonete.

Vale lembrar que a automedicação nunca é indicada e não deve ser feita. É extremamente importante passar em consulta com profissionais capacitados que irão propor o melhor tratamento para cada paciente.

 

Quanto tempo dura o tratamento de herpes-zóster? 

O tempo do tratamento para herpes-zóster depende do medicamento utilizado, mas costuma durar, em média, sete dias.

 

Complicações causadas pelo herpes-Zóster

 

Neuralgia pós-herpética

A neuralgia pós-herpética é a sequela mais comum associada ao herpes-zóster. Ela acontece quando a dor provocada pela reativação do vírus se prolonga para além do tempo habitual, ou seja, mesmo depois que as lesões da pele somem.

“É uma dor de longa duração, às vezes crônica. Pode durar meses ou até anos e é de difícil tratamento”, afirma o dr. Jessé Reis Alves, infectologista e gerente médico de vacinas da biofarmacêutica GSK.

Essa dor acontece porque a multiplicação do vírus danifica o funcionamento dos nervos acometidos. Então, ao levar informações da sensibilidade da pele para o cérebro, os nervos acabam interpretando qualquer toque como um estímulo doloroso.

De acordo com o dr. Jessé, a complicação pode impactar diretamente a qualidade de vida, já que a dor afeta a rotina, os relacionamentos e o bem-estar do paciente.

Além do tratamento com antivirais, a neuralgia pós-herpética pode exigir diferentes medicamentos e terapias para diminuir o desconforto. Em alguns casos, é necessária a intervenção do especialista em dor.

 

Meningoencefalite herpética

Outra manifestação associada ao herpes-zóster é a meningoencefalite, ou seja, quando o vírus reativado provoca uma infecção no sistema nervoso central. Segundo o dr. Jessé, ela é mais rara, representa cerca de 1% dos casos de herpes-zóster, mas é extremamente grave.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça e alteração do comportamento, em que o paciente fica mais agitado, agressivo ou desorientado. O tratamento é principalmente com aciclovir e monitoramento em terapia intensiva, já que a meningoencefalite herpética está entre as infecções mais críticas do sistema nervoso central.

 

Acometimento do nervo trigêmeo

Por fim, uma das possíveis sequelas do herpes-zóster ocorre quando o vírus acomete o nervo oftálmico, um dos ramos do nervo trigêmeo. Ele pode atingir os olhos, causando problemas recorrentes, crônicos e até irreversíveis. Essa complicação acontece em cerca de 25% dos casos de herpes-zóster.

“O vírus sai da raiz do nervo trigêmeo, caminha pelo nervo, chega à superfície do olho e se instala, causando a doença”, ilustra a oftalmologista Luciana Peixoto, especialista em doenças inflamatórias e infecções oculares e chefe do Setor de Doenças Inflamatórias e Infecciosas da Clínica Moacir Cunha do grupo Fleury.

Em quadros de herpes-zóster cujas lesões na pele surgem na lateral ou na ponta do nariz, o risco de o paciente desenvolver um problema ocular aumenta de três a quatro vezes. Segundo a especialista, isso pode acontecer não apenas durante a fase aguda da doença, mas também depois, quando a pessoa já nem se lembra mais que teve herpes-zóster.

“Pode afetar todas as estruturas do olho, desde a superfície externa, com um quadro leve de conjuntivite, até quadros de maior gravidade, como ceratite, uveíte, glaucoma, hipertensão ocular e necrose aguda de retina”, elenca.

Em geral, os sintomas aparecem em até três meses após a infecção inicial pelo cobreiro. São eles: vermelhidão, maior sensibilidade à luz e baixa visão.

A dica da dra. Luciana é procurar ajuda médica com ou sem sintomas, caso a doença afete a lateral ou a ponta do nariz, um sinal clássico. Se os sintomas surgirem muito tempo depois do herpes-zóster, é importante avisar o profissional para facilitar no diagnóstico.

O tratamento é bastante individualizado, mas tende a combinar medicamentos antivirais e anti-inflamatórios.

 

Atenção:

– Conheça seus fatores de risco, especialmente se tiver mais de 50 anos.
– Fique atento aos sintomas iniciais e busque ajuda médica rapidamente.
– Converse com seu médico sobre a vacina contra o herpes-zóster.
– Mantenha sua imunidade fortalecida com hábitos saudáveis.
– Informe-se sempre com fontes seguras e confiáveis.

 

Cuidar da saúde é também se prevenir!

A Eletros-Saúde acredita que informação salva vidas. Fale com seu médico sobre o herpes-zóster e proteja seu futuro com mais qualidade de vida! Você também pode contar com nosso atendimento médico 24h por telemedicina  para esclarecer dúvidas, principalmente nos primeiros sintomas. Acesse:  https://eletrossaude.com.br/telemedicina/

Quanto antes o diagnóstico e tratamento começarem, menor o risco de complicações.

 

Perguntas Frequentes sobre o Herpes-zóster:

  1. Herpes-zóster é contagioso?
    Não, da mesma forma que a catapora. Ele só é contagioso para quem nunca teve catapora ou não foi vacinado contra ela. Ainda assim, o risco é baixo e ocorre apenas com contato direto com as lesões ativas.
  2. Herpes-zóster tem cura?
    Sim. Com o tratamento adequado, os sintomas desaparecem em algumas semanas. No entanto, a dor pode persistir em alguns casos — é o que chamamos de neuralgia pós-herpética.
  3. A vacina contra herpes-zóster está disponível no SUS?
    Atualmente, não. A vacina está disponível na rede privada e é recomendada, principalmente, para pessoas acima de 50 anos.
  4. Quem já teve herpes-zóster pode ter de novo?
    Sim. Embora não seja comum, a doença pode voltar. Por isso, a prevenção e a vacina continuam sendo importantes mesmo após um primeiro episódio.

 

Fontes: