Todos os anos, a campanha Setembro Verde chama a atenção para a importância da doação de órgãos e tecidos. A iniciativa reforça como esse gesto de solidariedade pode transformar histórias e salvar vidas!
O Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, celebrado em 27 de setembro, foi criado justamente para fortalecer essa mensagem. A data busca derrubar tabus, incentivar o diálogo dentro das famílias e mostrar que a decisão de doar pode representar esperança para quem aguarda um transplante. Falar sobre o tema ainda em vida é a maneira mais eficaz de garantir que esse desejo seja respeitado.
Em 2024, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT/Ministério da Saúde), cerca de 78 mil brasileiros estavam na fila de espera por um órgão ou tecido. A maior demanda é por rins (42.838), córneas (32.349) e fígado (2.387). Cada doação pode significar não apenas uma cirurgia bem-sucedida, mas uma nova chance de vida, de reencontros e de futuros que seguem em frente.
Nesta matéria, você vai entender o que representa o Setembro Verde, como funciona a fila de transplantes no Brasil, o papel da família nesse processo e de que forma a doação pode impactar tantas vidas.
Como funciona a fila de espera no Brasil
Estar na fila de transplantes significa viver diariamente entre a esperança e a incerteza. Essa lista é organizada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e segue critérios médicos bem definidos.
Não basta apenas o tempo de espera. Também são considerados:
- Gravidade do quadro clínico
- Compatibilidade sanguínea
- Chance de sucesso do procedimento
Esse sistema busca equilibrar justiça e eficácia, garantindo que cada órgão doado chegue ao paciente com maior necessidade e melhores condições de recuperação. Para dar mais transparência, o SNT permite que pacientes e familiares consultem sua posição e acompanhem o andamento pelo site oficial.
O papel da família na decisão
No Brasil, mesmo que a pessoa manifeste em vida o desejo de ser doadora, a retirada dos órgãos só pode ser feita com a autorização da família. Por isso, conversar abertamente sobre o assunto é fundamental para que a vontade seja respeitada.
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificou os principais motivos que levam à recusa familiar no momento da decisão. Entre eles estão:
- Falta de compreensão sobre a morte encefálica
- Dificuldade de comunicação no momento da perda
- Questões religiosas ou culturais
Essas barreiras mostram como é essencial tratar do tema antes, em momentos de tranquilidade. O diálogo pode evitar inseguranças e garantir que a solidariedade de uma pessoa se transforme em esperança para várias outras.
Como funciona a doação de órgãos e tecidos
A doação pode acontecer de duas formas: com um doador vivo ou com um doador com morte encefálica. Em ambos os casos, a lei brasileira estabelece critérios claros para garantir a segurança do processo.
No caso do doador vivo, é possível doar órgãos ou partes que não comprometam a saúde, como:
- Um dos rins
- Parte do fígado
- Parte da medula óssea
- Parte do pulmão
Já o doador com morte encefálica pode salvar muitos pacientes que aguardam na fila de transplante. O diagnóstico de morte encefálica significa a morte de fato, compreendida pela perda completa e irreversível das funções encefálicas cerebrais. Quando isso ocorre, a parada cardíaca será inevitável e, embora ainda haja batimentos cardíacos, a respiração não acontecerá sem ajuda de aparelhos e o coração não baterá por mais de algumas poucas horas. Por isso, a morte encefálica caracteriza a morte de um indivíduo. No Brasil, a morte encefálica para ser constatada, segue um protocolo definido pela resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) de 2017 e envolve pré-requisitos clínicos e a realização de exames por médicos distintos.
Nesse cenário, órgãos vitais como coração, pulmões, fígado, rins e pâncreas podem ser doados, além de tecidos como córneas, válvulas, ossos, pele e tendões.
Após a autorização familiar, a Central de Transplantes é acionada. É ela que verifica a compatibilidade e organiza a distribuição para os pacientes da lista de espera, seguindo critérios médicos e de justiça.
O impacto da doação e como você pode ajudar
Um único doador pode salvar até oito vidas com órgãos e beneficiar muitas outras com tecidos. Mais do que um procedimento médico, a doação significa novas chances de futuro para quem espera.
Para ser doador, não é preciso documento oficial. O mais importante é conversar com a família e deixar claro esse desejo, para que ele seja respeitado no momento certo.
Ao apoiar campanhas como o Setembro Verde e compartilhar informações corretas, você também contribui para derrubar mitos e incentivar outras pessoas a se declararem doadoras.
Apoie essa causa
A doação de órgãos é um gesto de solidariedade que traz vida e esperança às pessoas, mas para que esse desejo seja respeitado, o primeiro passo é simples: fale com a sua família e deixe claro que você quer ser doador.
A Eletros-Saúde apoia o Setembro Verde e reforça a importância de iniciativas que promovam informação e cuidado, porque cada vida merece a chance de um futuro melhor!
A doação de órgãos é um gesto de amor e solidariedade que renova vidas!
Fontes:
- https://www.adote.org.br/noticias/dia-nacional-da-doacao-de-orgaos
- https://bvsms.saude.gov.br/27-9-dia-nacional-da-doacao-de-orgaos-2/
- https://saude.es.gov.br/Not%C3%ADcia/setembro-verde-doe-orgaos-uma-atitude-muda-tudo